segunda-feira, 19 de novembro de 2007

olha os meus olhos, pode ser?

começo por abrir os olhos de manhã e sinto que estou cansado. ninguém acorda cansado. doi-me o corpo e a alma e não tenho ninguém ao lado. não. tenho. ninguém. posso passar a vida a pensar nisso e a escrever sobre isso, passar por invernos frios e sonhar com verões quentes, pensar em ti (não, é melhor não pensar em ti) pensar em alguém, sim, alguém, que olhe para mim e que olhe mesmo para mim, mesmo, com aqueles olhos que dizem tudo, e isso vai acontecer. essa pessoa não me vai perguntar o nome. nem a cor dos meus olhos. nem quantos anos tenho. nem se gosto de chocolate, ou de futebol. nem qual a cor do meu cabelo. nem me vai dizer que sou giro ou feio (ou qualquer coisa parecida com não és o meu tipo, percebes?). vai olhar para mim e vai dizer tudo em silêncio, vai sorrir, sim, sei que vai sorrir, e continuar a olhar para mim, e vai abrir os braços, e envolver-me, e vai dizer-me uma só palavra ao ouvido. e quando isso acontecer, tudo o resto muda, talvez aí possa sorrir e brincar, e saltar e dormir bem. e não acordar cansado. e então desapareço.

1 comentário:

acasilva disse...

Eu costumo dizer, muitas vezes a mim...:

De que adianta estremecer por dentro, se tudo continua igual por fora?

P.S: Acho que temos pelos menos 2 coisas em comum: ambos somos professores e acreditamos nas histórias com príncipes e princesas.

Sei que este post é antigo... mas foi agora que o encontrei.

Ana